Piscológa Priscila Monteiro | Espaço Minerva

Transtorno Alimentar – Anorexia e Bulimia

O Transtorno Alimentar é definido quando ocorre uma grave perturbação no comportamento alimentar podendo acarretar a magreza exagerada ou à obesidade, além de outros problemas de saúde relacionados. Neste artigo falarei de Anorexia e Bulimia devido o número de indivíduos com estes transtornos crescer mais a cada dia.

O que pode estar auxiliando este crescimento pode ser o fato de sermos bombardeados diariamente por jornais, revistas, televisão e até mesmo pelos outdoors espalhados pela cidade por um padrão de beleza inalcançável.

O culto ao corpo está fazendo com que muitos (em sua maioria mulheres, mas não excluindo os homens) arriscarem suas vidas e sua saúde para alcançar estes padrões.

O problema não é ficar magro para ter saúde e sim a magreza excessiva que ocorre devido à distorção da auto-imagem em busca de alcançar o padrão propagado pela mídia ocidental acarretando os transtornos alimentares.

Claro que a mídia não faz isto sozinha, fatores biológicos, psicológicos e sociais também fazem parte do processo.

Surgem a todo o momento dietas miraculosas prometendo ficar magra em pouco tempo utilizando sérias restrições alimentares. Lembrando que o importante não é ser magro, mas as formas utilizadas para conseguir isto e a magreza excessiva, que afetando a saúde física e mental.

ANOREXIA NERVOSA

As principais características da anorexia nervosa são: recusa em manter o peso corporal no mínimo aceito numa faixa de normalidade; medo constante de engordar; distorção na percepção corpórea; podendo se tornar amenorréias.

Ao buscarem manter o peso abaixo da faixa de normalidade começam fazendo dietas, iniciando geralmente cortando apenas o que consideram calórico para depois evoluir para uma rígida restrição alimentar. Muitas vezes em conjunto com as dietas fazem exercícios físicos excessivos e purgação (isto é, auto-indução de vômito ou uso indevido de laxantes ou diuréticos). E apesar de tudo, não importa o quanto emagreça, o medo de engordar está sempre presente. Mesmo aqueles que percebem que estão magros se preocupam com certas partes do corpo que consideram “estar gordo”. Estão constantemente buscando formas de medir a perda ou ganho de peso.

A auto-estima destas pessoas fica atrelada a sua forma corporal. A perda de peso para elas é uma conquista por demonstrar sua disciplina e o ganho é visto como um fracasso do autocontrole. Mesmo aqueles que percebem que estão magros negam os problemas de saúde causados pela desnutrição.

Geralmente é um familiar quem busca ajuda, quando é o próprio indivíduo quem busca é devido os problemas de saúde relacionados, não percebendo o baixo peso e o transtorno.

Pode ser dividido:

Restritivo – A perda de peso é conseguida por restrição alimentar, jejuns, exercícios excessivos. Não sendo habituais episódios de hiperfagia (comer excessivo) ou purgação.

Compulsão Periódica/Purgativo – Quando é habitual episódios de hiperfagia e/ou purgação. A maioria com hiperfagia faz purgações induzindo ao vômito ou utilizando laxantes, diuréticos ou enemas. Muitos fazem purgação sem ter episódios de hiperfagia.

Muitos acabem por demonstrar sintomas depressivos, além de características obsessivas – compulsivas, podendo ou não estar relacionadas à comida.

Além de evitarem comer em público, apresentando sentimentos de inutilidade, necessidade de controle do próprio ambiente, sendo inflexíveis, pouca ou nenhuma espontaneidade social, assim como pouca iniciativa e expressão emocional.

As restrições e purgações podem causar sérios problemas médicos como o desenvolvimento de anemia, prejuízo da função renal, cardiovasculares, dentários e osteoporose.

BULIMIA NERVOSA

As características da bulimia são: Hiperfagia (comer compulsivo) e desenvolver maneiras de evitar o ganho peso, além disto, a auto-estima está atrelada a forma e peso corpóreo. Um episódio bulimico é caracterizado por comer num curto período de tempo grandes quantidades de comida. O indivíduo come até um estado de desconforto ou até sentir dores devido ao excesso. Relatam uma incapacidade de conseguir controlar esta compulsão alimentar.

Criam formas inadequadas para compensar e evitar o ganho de peso como, uso de diuréticos, indução ao vômito, uso de laxantes, exercícios físicos excessivos e outros. Para ser classificado como Bulimia Nervosa os métodos para evitar o ganho de peso deve ocorrer pelo menos 2 vezes por semana em um período de 3 meses.

Pode ser dividido em:

Purgativo – A forma utilizada para compensar a hiperfagia é indução ao vômito, uso de laxantes, diuréticos e enemas.

Não Purgativo – Faz exercícios físicos em excesso, jejuns e outros como forma de compensar, mas não se torna habitual a utilização de métodos purgativos.

Aqueles com Bulimia Nervosa diferente dos com anorexia possuem o peso dentro da faixa de normalidade apesar de alguns poderem estar com o peso um pouco abaixo ou acima da mesma, sendo incomum com pessoas com problemas de obesidade.

Os mesmos podem demonstrar sintomas de depressão, transtorno de humor ou ansiedade. Além de outros problemas médicos que podem surgir como perda do esmalte dos dentes devido à indução ao vômito, menstruação irregular ou parar de menstruar (amenorréia), não conseguirem evacuar sem o uso de laxantes tornando-se assim dependentes deles, e outros.

CONCLUSÃO

É importante ressaltar a importância do trabalho multidisciplinar no tratamento tanto da Anorexia Nervosa quanto da Bulimia Nervosa, pois é necessária a união do terapeuta com o nutricionista e o médico atuando todos de forma integrada.

E acima de tudo um trabalho preventivo é o principal, apesar de termos conhecimento que o transtorno ocorre devido questões biológicas, genéticas, psicológicas e socioculturais, devemos conscientizar a população, em especial os adolescentes, que pode haver uma preocupação com o bem estar físico, mas deve ser de forma saudável, não se deixando influenciar pela mídia ou qualquer outro na busca por padrões inalcançáveis que apenas irão lhe prejudicar, aprendendo assim a medir consequências.

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